segunda-feira, 19 de outubro de 2009

JORNALISTA TEM QUE TER DIPLOMA?

Esta é uma discussão longa e infindável। Mas, gostaria de esclarecer alguns pontos e também emitir a minha opinião, já que onde estou me perguntam: O que você acha do fim da exigência do diploma para jornalistas? Esta discussão teve início, primeiramente, para que os jornalistas, sem diploma, que trabalham há muito tempo na área, não fossem ameaçados em seus cargos. Existem muitos profissionais mais antigos que iniciaram carreira em veículos de comunicação sem o diploma de jornalista e, por diversas vezes, tiveram sua ocupação ameaçada. Claro que não seria justo demitir profissionais que exercem brilhantemente a profissão, somente por não terem cursado uma faculdade. Ao mesmo tempo, não tem como generalizar e dizer que não é mais preciso fazer jornalismo para seguir tal carreira. São situações diferentes e cada caso deve ser individualmente analisado, por isso não concordo com a lei.

O jornalista, antes de tudo, deve ter o compromisso com a ética. Deve haver uma grande responsabilidade por escrever para milhões de pessoas, ser um formador de opinião, e redigir matérias e textos de diversos assuntos. Há uma necessidade desses profissionais serem bem informados, cultos e estarem dispostos a fazer um exercício diário de aprendizagem. Existem pessoas que escrevem bem e, por isso, ingressam na profissão sem ter feito a faculdade, porém acabam ficando sem a base ética e as regulamentações.

Em inúmeras profissões existem pessoas que exercem seus cargos com maestria, sem ter o diploma. Conheço um empresário fantástico. Um empreendedor que construiu um império imenso no ramo de ar condicionado. Ele possui indústrias no setor e sempre comandou grandes equipes de engenharia, com toda capacidade que “Deus” e seus conhecimentos lhe deram. Ele não passou pela universidade, mas realizou a vida toda um trabalho excelente e exemplar dentro da engenharia. Aliás, ele fez história na área. Tem como os engenheiros discutirem e acharem que ele não deve ser considerado engenheiro? Claro que não!! Ele é mais engenheiro do que muitos engenheiros graduados, pós graduados, mestres e doutores na profissão. Como esse profissional, existem inúmeros outros que exercem a carreira de jornalista por terem o dom de escrever e de transmitir a informação.

Só não acho correto por causa de alguns casos isolados e específicos acabarem com a obrigatoriedade do diploma. Para defender a atuação de alguns poucos profissionais que atuam sem diploma com muita competência, decidiram abolir a faculdade? O que está havendo em nosso País?

Eu estava conversando, há cerca de um mês, com uma profissional do Ministério do Trabalho de Jundiaí. Ela me disse que depois desta lei, que não obriga mais o diploma para exercer a profissão, houve inúmeros pedidos de MTB (de jornalistas) para profissionais de inúmeras áreas. Esta profissional, que é até chefe de um setor, me disse que empregadas domésticas, secretárias, enfermeiras e outras pessoas, com outros cargos, foram atrás do MTB porque ouviram que não precisava mais de diploma para ser jornalista e então decidiram fazer parte desta profissão. Depois de saber deste fato, minha vontade era de rir.

É muito importante que nós jornalistas informemos essas pessoas o porquê dessa lei. Se essas pessoas conseguirem o MTB, o guardarão com muito carinho dentro de suas gavetas. Que hipocrisia achar que a partir de agora poderão ser jornalistas e, ainda, se iludem ganhar mais dinheiro porque agora possuem uma profissão mais rentável.

Quero deixar muito claro aos estudantes de jornalismo que empresas de comunicação jamais deixarão de contratar pessoas formadas, preferindo os aventureiros de profissão. Eu tenho uma empresa de comunicação corporativa e não contrato profissionais sem diploma para atenderem meus clientes.

Não é preconceito. Já provei que os jornalistas sem diploma, que exercem a profissão há anos com maestria, são considerados mais do que profissionais por mim. Mas, essas pessoas são minoria. Além disso, são profissionais que ao longo dos anos receberam a formação pela vida. Sabem exercer a ética e o papel de formador de opinião melhor do que muitos com diploma. Mas, volto a afirmar que são exceções. Cada caso deve ser analisado.

Como disse Willian Bonner, em entrevista para a jornalista Marília Gabriela no dia 18 de outubro, empresas de comunicação do porte da Rede Globo jamais contratarão profissionais sem o diploma. Ao meu ver, nem empresas de menor porte abrirão mão de contratar profissionais com curso superior.
Por conta de tudo isso que escrevi acima, continuo me orgulhando de ser jornalista, com diploma, e de fazer parte de uma profissão que me ensina tanto e me permite conhecer diversos universos e setores

Por Juliana Destro Facuri

Nenhum comentário:

Quem sou eu

Minha foto
A DFpress é uma empresa de comunicação corporativa, com foco em assessoria de imprensa. Ela é dirigida pela jornalista Juliana Destro Facuri, formada pelas Faculdades Integradas de São Paulo – FISP – FMU. No mercado há 16 anos, dirige todos os trabalhos e coordena minuciosamente os projetos e estratégias aplicadas. Trabalhou em agências com níveis de excelência reconhecidos pelo mercado, gerenciando a comunicação de grandes empresas nacionais e multinacionais. Foi responsável pela criação de departamentos de comunicação em diversas organizações. Atuou como repórter de jornais e free lancer de revistas (O Estado de S. Paulo / Jornal da Tarde / Guia de Fornecedores da Construção, Revista Consulte Arte & Decoração / Revista Mão na Massa e Revista Construlista). Antes de fundar a Dfpress, na cidade de Jundiaí, atuava como assessora de imprensa em São Paulo, atendendo destacadas empresas, como Walt Disney Company, All Star, Josapar, Laticínios Milenium e outras.

Seguidores