sexta-feira, 20 de maio de 2011

PARA QUE SERVE A SALA DE IMPRENSA NOS EVENTOS?

O trinômio graduação acadêmica, experiência e ética garante o sucesso em qualquer área. A falta de um desses atributos no conjunto da obra acaba gerando conflito, prejuízo (de dinheiro ou imagem da marca) e perda de espaço (ou de clientes).
Esta semana, em um, dentre as centenas de eventos que acontecem diariamente em São Paulo, me envolvi numa experiência única e absolutamente desastrosa. Numa feira setorial, os organizadores proibiram a permanência de assessores de imprensa na.... Sala de Imprensa.

Originalmente, a Sala de Imprensa é um espaço reservado pela organização para promover o encontro de jornalistas e assessores. Uma agência de RP é contratada pela organização da Feira para divulga-la, e uma das funções dessa assessoria é cuidar para que a Sala de Imprensa seja provida das condições necessárias ao bom andamento dos trabalhos dos repórteres e dos assessores, que são, em tese, a representação do expositor (e respectivas marcas) naquele espaço.

Os jornalistas vão em busca de informações para produzirem suas matérias e os assessores lá estão para mostrar as novidades de seus clientes. A montagem é simples: prateleiras para organização dos press-releases de todas as empresas, cadeiras, cafezinho e muita troca de cartões.

A mecânica é tão simples quanto antiga. O assessor aborda os jornalistas com um discurso curto. Se consegue mobilizar a atenção do repórter, consegue também levá-lo ao estande e, na melhor das hipóteses, o cliente é citado na matéria. Caso contrário a conversa para por ali mesmo.

Nesta feira em particular os organizadores proibiram a permanência do assessor na Sala de Imprensa. Em tese, a assessoria da feira se encarregava de encaminhar os jornalistas às melhores pautas. Aí é que mora o perigo. Que critério esse assessor da feira usava, já que não representava nenhuma marca? A maior empresa? O mais inovador? O mais bonitinho? Ou aquele que efetivamente lhe interessava como prospect? Não, caro leitor, certamente ela não usava o critério da isonomia e tampouco da isenção. Isso não existe, assim como Papai Noel.

A coisa piorou quando percebemos que a filha do organizador da feira era a encarregada pela Sala de Imprensa ou comunicação do evento. O que nos deu o direito de imaginar que ela estava ali para prospectar o cliente alheio. Exercia ali um poder paralelo, tolhendo completamente o trabalho de seus pares: os assessores de imprensa dos expositores, das marcas que pagaram para ali exporem seus trabalhos, em todos os canais de comunicação da feira, a sala de imprensa aí incluída. Quando fomos questionar essa prática, a resposta foi um show de horror: o organizador se dirigiu à minha sócia aos berros, com truculência e absoluta falta de respeito – humano e profissional.

A coisa já começou errada: não havia crachá para assessores de imprensa. Se o assessor quisesse, usava crachá de expositor. Sem sala de imprensa e sem identificação, como o repórter os acharia? Afinal, o assessor, nessas ocasiões, é uma peça importante: canta a pauta, viabiliza a fonte, ajuda na produção de fotos e até, em alguns casos, indica fontes concorrentes, para que a pauta seja viabilizada. Num ambiente de Feira, com tantas possibilidades, o assessor é praticamente um guia, e ganha espaço aquele que tiver competência para vender a pauta, se a marca estiver apresentando um fato jornalístico.

Ao cercear o trabalho do assessor, os organizadores da feira prejudicaram a quem eles mais deveriam atender: os expositores, que pagaram (muito) para exibir suas marcas em todos os canais de comunicação disponíveis no evento, e a Sala de Imprensa é um desses canais.

A falta de ética e qualificação, tanto do organizador quanto da assessoria responsável pelo evento, levou todos os expositores a um prejuízo que nunca será tangibilizado. Sobretudo porque a atitude do organizador não foi ilegal, mas é antiética. O organizador colocou o seu interesse – e o de sua família, já que a filha era a responsável pela comunicação do evento – acima do interesse dos expositores e suas marcas. Todos saíram perdendo.

Nota: os nomes foram omitidos, deliberadamente, para que o prejuízo, para todos os envolvidos, seja o menor possível.

Por Silvana Destro

Quem sou eu

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A DFpress é uma empresa de comunicação corporativa, com foco em assessoria de imprensa. Ela é dirigida pela jornalista Juliana Destro Facuri, formada pelas Faculdades Integradas de São Paulo – FISP – FMU. No mercado há 16 anos, dirige todos os trabalhos e coordena minuciosamente os projetos e estratégias aplicadas. Trabalhou em agências com níveis de excelência reconhecidos pelo mercado, gerenciando a comunicação de grandes empresas nacionais e multinacionais. Foi responsável pela criação de departamentos de comunicação em diversas organizações. Atuou como repórter de jornais e free lancer de revistas (O Estado de S. Paulo / Jornal da Tarde / Guia de Fornecedores da Construção, Revista Consulte Arte & Decoração / Revista Mão na Massa e Revista Construlista). Antes de fundar a Dfpress, na cidade de Jundiaí, atuava como assessora de imprensa em São Paulo, atendendo destacadas empresas, como Walt Disney Company, All Star, Josapar, Laticínios Milenium e outras.

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