sexta-feira, 13 de novembro de 2009

ANTES DA ENTREVISTA E DAS AÇÕES DE DIVULGAÇÃO... PROCURE UM PROFISSIONAL DE COMUNICAÇÃO

Por traz de uma empresa ou um profissional com suas imagens extremamente positivas e bem vistas no mercado há um comunicador de excelente qualidade. Esta frase relata o que normalmente acontece em grandes empresas, donas de uma visibilidade positiva perante seu público consumidor. Não tem como lançar uma organização, um produto ou um profissional sem que haja um planejamento estratégico de comunicação e aparição. Um profissional desta área irá estudar a forma com a qual a instituição ou o profissional irá se lançar no mercado e também de que maneira o público deve enxergar o novo negócio. Existem estudos de mercado, ações de mídia e marketing que compõem de forma positiva a divulgação de uma imagem e marca a fim de ser lançada.

Hoje, o consumidor não compra somente bons produtos e serviços. Ele quer saber sobre a responsabilidade social da empresa que fabrica este produto e suas ações ecológicas e sociais. Há uma preocupação com os projetos que a organização está engajada e de que forma ela atua no Brasil. Agradar ao consumidor ficou muito mais difícil. Como já afirmado em outros artigos, existem inúmeras formas de estar muito bem informado. Hoje, a mensagem está livre e aberta a todos. Dificilmente o consumidor será enganado ou passado para traz.

Citarei um exemplo atual, que mostra exatamente uma falha de comunicação, em uma entrevista do piloto de Fórmula 1, Bruno Senna, à Revista Veja São Paulo. Este é um dos veículos de maior expressão e leitura do Brasil, tendo uma tiragem semanal de 375.484 exemplares. Além de ser lido por centenas de pessoas, é uma revista que atinge um público diferenciado, influente e, de certa forma, formador de opinião. Muitas pessoas não sabem que o sobrinho do Ayrton Senna pretende entrar à Fórmula 1 no próximo ano, em 2010. E por isso a Revista Veja atribuiu enorme destaque ao piloto, Bruno Senna, em entrevista exclusiva para seus leitores.

Para meu espanto e enorme surpresa, a entrevista acabou, em muitos pontos, com a imagem do profissional. Seria uma grande oportunidade para ele mostrar e divulgar o seu trabalho que terá início em 2010. Ele poderia e deveria explorar o público fã de Fórmula 1 para criar uma expectativa com relação a sua performance no ano que vem. Para esse tipo de trabalho, é necessário que o piloto tenha boas influências e torne-se um grande ídolo do Brasil para que consiga patrocínios grandes e evolua dentro da carreira. O trabalho de imagem para o Bruno é muito importante também para cativar o público espectador de corridas, para mais pra frente ele ser reconhecido por seu bom trabalho. Enfim, imediatamente deveria estar sendo posto em prática enormes planos de comunicação e divulgação para o trabalho de Bruno Senna. Um profissional deveria orientar e direcionar suas falas e entrevistas para atingir o objetivo desejado.

Para meu espanto, a entrevista não poderia ser pior. Se eu fosse assessora de imprensa do Bruno eu choraria uma noite inteirinha. Só não choraria mais tempo porque, mesmo falando um pouco de besteira, aparecer na Revista Veja, na entrevista de destaque, é essencial para a visibilidade de qualquer profissional.

A entrevista estava indo bem, quando de repente... o repórter faz a seguinte pergunta ao Senna “ Seu Tio Ayrton Senna é seu grande ídolo?”. A resposta do jovem piloto foi “Vai parecer clichê, mas eu não tenho ídolos. O Ayrton é apenas uma referência. Idealizar alguém é uma péssima forma de iniciar uma carreira. Ao idealizar, você quer ser igual a essa outra pessoa. Meu objetivo não é esse.”

Ao meu ver, a resposta foi péssima. O sobrenome do tio o Sr. Bruno quis usar, mesmo sem ser o de seu pai, o que normalmente as pessoas utilizam. Mas, o grande ídolo do Brasil e do mundo, Ayrton Senna, não é ídolo de seu sobrinho. Senna, o nosso falecido atleta, fez com que milhões de brasileiros derramassem lágrimas de emoção. Corria como ninguém nas pistas secas e, melhor ainda, nas molhadas. Senna parava as manhãs de domingo, os vizinhos se reuniam e a festa começava na torcida para o nosso grande piloto. Enfim, acredito que eu não precise falar aqui o que representou nosso querido piloto Senna, pois todos já sabem que ele foi um ícone da Fórmula 1 e um atleta modelo em nosso País. Além disso, eu teria de escrever um livro para citar sua carreira brilhante.

Será que Bruno Senna ficou bem visto ao responder que seu tio não é seu ídolo e motivo de sua inspiração? Que piloto não queria ser metade do que o Senna foi? Utilizar o sobrenome do seu tio foi uma sacada para a comunicação, imagem e visibilidade, mas responder que Senna é “apenas” uma referência foi de extrema infelicidade. “Se ele nem vai tentar ser como o tio, imagina como será sua performance o ano que vem”, podem pensar muitos de seus leitores.

Esta frase em que Bruno cita Ayrton Senna foi usada como destaque na entrevista da Revista Veja. Claro! O veículo busca chocar mesmo e enaltecer o diferente. Profissionais e empresas precisam estar muito bem acompanhados de profissionais de comunicação de alto nível para aproveitarem os canais de comunicação a seu favor. Na minha opinião, Bruno Senna já está muito a frente por seu sobrenome, apenas precisa manter a imagem positiva e não acabar com ela.

Citei este exemplo para que vocês possam verificar como um deslize de imagem pode prejudicar profissionais e empresas. Cada um em sua devida dimensão. É preciso analisar, pensar e focar em grandes estratégias de comunicação.

Quem sou eu

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A DFpress é uma empresa de comunicação corporativa, com foco em assessoria de imprensa. Ela é dirigida pela jornalista Juliana Destro Facuri, formada pelas Faculdades Integradas de São Paulo – FISP – FMU. No mercado há 16 anos, dirige todos os trabalhos e coordena minuciosamente os projetos e estratégias aplicadas. Trabalhou em agências com níveis de excelência reconhecidos pelo mercado, gerenciando a comunicação de grandes empresas nacionais e multinacionais. Foi responsável pela criação de departamentos de comunicação em diversas organizações. Atuou como repórter de jornais e free lancer de revistas (O Estado de S. Paulo / Jornal da Tarde / Guia de Fornecedores da Construção, Revista Consulte Arte & Decoração / Revista Mão na Massa e Revista Construlista). Antes de fundar a Dfpress, na cidade de Jundiaí, atuava como assessora de imprensa em São Paulo, atendendo destacadas empresas, como Walt Disney Company, All Star, Josapar, Laticínios Milenium e outras.

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