sexta-feira, 25 de março de 2011

Sandy X Devassa: por que só criticar?

O objetivo não é gerar polêmica, com uma opinião contrária a da maioria das pessoas, mas fazer com que profissionais de diferentes ramos de atividades possam refletir sobre os pontos positivos da campanha publicitária da cerveja Devassa. Logo que a campanha passou a fazer parte das TVs, revistas, jornais, outdoors e outros meios de comunicação, começaram as infinitas críticas. Inúmeras faixas etárias, sexos, profissões, classes sociais e tipos de pessoas incansavelmente criticaram o fato de publicitários associarem a imagem da tão adorável e doce Sandy à cerveja Devassa, bebida intuitivamente destinada a pessoas “descoladas” e com um nome despudorado. Porém, desde o início, analisei inúmeros pontos positivos desta campanha.


Alarmou-me o fato de ver tantos opostos juntos: Sandy = marca devassa, cantora cheia de pudores = bebida alcoólica, criatura de tantos conceitos éticos= bebida amarga e para os mais descolados. Enfim, na minha avaliação, uma ação publicitária incrível faz com que todos parem de conversar e olhem para a criação. São muitos pontos positivos: despertou o olhar do público para o que é diferente, causando a curiosidade pela marca, o conhecimento mais profundo e, depois, o querer experimentar.


Hoje, profissionais completos e bem informados não rotulam produtos, trabalhos, cases e serviços. Um profissiona; com alta análise crítica; avalia, estuda, constata e, depois, pondera os pontos positivos e negativos. Existem pontos negativos, claro! Mas, o impacto inicial e os objetivos principais foram alcançados. Os senhores verão nos resultados de vendas!!!


Sem exceção, não há crítico que deixou de comentar e perceber a peça. Pessoas comuns debateram, expuseram suas opiniões, falaram da marca e, sobretudo, analisaram tal polêmica. Já ouvi apresentadores de TV falarem da marca, gratuitamente, em seus programas, como o Faustão há dois finais de semana. Inúmeras colunas abordaram o tema, conversas de bar falando do assunto, profissionais parando reuniões para emitirem suas opiniões, publicitários enlouquecidos analisando tal “problemática”, jovens espantados, fãs da cantora indagando sua conduta... e desta forma, não se fala em outra coisa: Cerveja Devassa! Será mesmo que os publicitários, criadores desta campanha, não conseguiram atingir seus objetivos? Talvez nem todos, mas muitos eu aposto que conseguiram!


Não sou publicitária, portanto, falo apenas como comunicadora e jornalista. Entre muitos objetivos de uma campanha, um dos maiores é fixar a marca, imagem e deixar o produto em evidência, a fim de aguçar a curiosidade de seu público alvo e, conseqüentemente, fazê-lo consumir aquilo que está sendo vislumbrado.


Todo publicitário tem que ter em mente que o produto trabalhado deve satisfazer de alguma forma as necessidades básicas de seu consumidor. Desta forma, o produto deverá atrair o consumidor final se estiver ligado a necessidades fisiológicas, de segurança, sociais, de estima e auto-satisfação. Na minha opinião, a cerveja poderá atingir necessidades como soltar-se para divertir-se e beber para relaxar e alguns outros.... Portanto, o comercial da Devassa de alguma forma fará com que o público alvo queira consumir o produto. Além disso, a propaganda, por si só, deve despertar e criar desejo a seus espectadores. No entanto, públicos diversos poderão identificar-se com o “seu lado devassa” para, então, querer provar a cerveja. Já que “todo mundo tem seu lado Devassa”. Vejamos: Todos, sem exceção, olham para o comercial por tamanha polêmica e diferenças mostradas nos opostos: personagem versos produto. Posteriormente, a peça aguça de forma crescente a curiosidade de experimentar a cerveja. E em meio a isso tudo, a marca Devassa vai se fortalecendo. É pouco para se esperar de um comercial?


A propaganda surgiu principalmente para propagar um produto ou informação, ou seja fazer com que o maior número de pessoas, sendo elas a maioria o seu público alvo, tenha conhecimento daquilo que está sendo apresentado ou exposto.


Quais são os objetivos da propaganda? Informar que o produto existe, como e onde encontrá-lo e para que serve. É necessário persuadir o consumidor, através da emoção ou comparação, e fazê-lo preferir o produto do cliente, começando fazer com que ele experimente. É essencial permitir que a marca seja fixada na lembrança do público de interesse. Também é necessário constantemente fazer com que todos lembrem que o produto existe. De todos os objetivos comentados acima, não vejo algum que não esteja inserido no tão polêmico comercial da Devassa.
Após a criação, para o sucesso absoluto de uma peça publicitária, é necessário identificar de maneira criteriosa as inserções e a propagação deste anúncio, dentro dos meios de comunicação. A escolha das mídias foi preponderante para a rápida propagação da mensagem transmitida na peça. Foram selecionados veículos de grande mídia e os especializados de maior expressão; nas maiores redes de rádios, televisões, jornais, revistas e agências de notícia. A propagação desta notícia criou repercussão imediata, devido à velocidade e impacto formidáveis, atingindo públicos dirigidos e diferenciados.


O comercial pode ter sido ruim, a Sandy pode não ter tido a mínima desenvoltura para fazer parte do filme, sua imagem não identificará o público alvo principal; mas boa parte da população parou por algum momento para falar, analisar, rir e ver a propaganda. Isso tudo irá, a médio prazo, aguçar a criatividade das pessoas para experimentar a cerveja. Bastava estar na boca e na lembrança das pessoas. O publicitário conseguiu!! Ele é ruim? Faz parte da avaliação de cada um, pois os bons profissionais ponderam e não criticam 100% uma ação de marketing. Nesta área, não existe uma equação, onde os resultados são imutáveis, mas sim resultados positivos e negativos, que serão reflexos da complexidade humana.

Por Juliana Destro Facuri

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A DFpress é uma empresa de comunicação corporativa, com foco em assessoria de imprensa. Ela é dirigida pela jornalista Juliana Destro Facuri, formada pelas Faculdades Integradas de São Paulo – FISP – FMU. No mercado há 16 anos, dirige todos os trabalhos e coordena minuciosamente os projetos e estratégias aplicadas. Trabalhou em agências com níveis de excelência reconhecidos pelo mercado, gerenciando a comunicação de grandes empresas nacionais e multinacionais. Foi responsável pela criação de departamentos de comunicação em diversas organizações. Atuou como repórter de jornais e free lancer de revistas (O Estado de S. Paulo / Jornal da Tarde / Guia de Fornecedores da Construção, Revista Consulte Arte & Decoração / Revista Mão na Massa e Revista Construlista). Antes de fundar a Dfpress, na cidade de Jundiaí, atuava como assessora de imprensa em São Paulo, atendendo destacadas empresas, como Walt Disney Company, All Star, Josapar, Laticínios Milenium e outras.

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